Ministério Público Solicita Afastamento do Pastor Cavalcante por Suspeita de Desvio em Entidade Evangélica no Maranhão
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) solicitou o afastamento do ex-deputado estadual José Alves Cavalcante, conhecido como 'Pastor Cavalcante', e de outras seis pessoas, por suspeita de desvios na gerência da Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus do Seta no Sul do Maranhão (Comadesma).
Além do ex-deputado, o pedido de afastamento inclui Jefte Lima Cavalcante (filho do pastor Cavalcante), José Felix Costa Junior, José Genário Pereira de Brito (pastor), Jerfson Lima Cavalcante, Idequel da Silva Sodré, e José Vagnaldo Oliveira Carvalho. Pastor Cavalcante, que é presidente da Comadesma, está sob investigação por movimentações financeiras atípicas, suspeitas de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e apropriação indébita de valores pertencentes às igrejas evangélicas.
Fortuna Milionária
As investigações revelaram que, nos últimos três anos, houve uma movimentação de R$ 27 milhões nas contas do ex-deputado, seu filho e outra pessoa envolvida no esquema, contrastando com os R$ 2,85 milhões declarados pelo Pastor Cavalcante à Justiça Eleitoral. Documentos apontam que a família Cavalcante possui mais de 27 propriedades, incluindo terrenos em Açailândia e fazendas adquiridas em 2024 no valor de R$ 8 milhões.
Detalhes das Investigações
O Ministério Público destaca transferências financeiras feitas diretamente para pastores próximos, além de aquisições de propriedades, materiais de construção, vidro e combustível. Em novembro de 2022, apenas um mês após as eleições, foram gastos mais de R$ 328 mil. Segundo o promotor de Justiça Denys Lima Rêgo, a investigação é consequência de uma operação que também apura um suposto esquema de 'rachadinha' envolvendo o ex-deputado.
As 'rachadinhas' teriam ocorrido durante o mandato de Pastor Cavalcante como deputado estadual, entre 2019 e 2022, quando ele supostamente recebia parte dos salários dos assessores que ele indicava. De acordo com a Promotoria de Açailândia, grandes quantias de dinheiro em espécie eram depositadas por assessores e familiares de confiança do pastor, totalizando cerca de R$ 4 milhões em dois anos.
O pedido de afastamento do Pastor Cavalcante e dos outros envolvidos é um passo significativo nas investigações do Ministério Público do Maranhão, visando esclarecer e responsabilizar os envolvidos nos possíveis desvios e irregularidades dentro da Comadesma.
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